As raízes de Laura Finocchiaro não estão no Rio Grande do Sul, de onde ela saiu em 1983 para ganhar o mundo. Ainda que guarde uma leve pegada gaúcha quando seus dedos deslizam pelo violão, guitarra ou cavaquinho, a essência da música de Laura Finocchiaro está no tempo.

Com mais de vinte anos de carreira, Laura construiu uma história sem paralelos no cenário nacional transformando cada momento de sua vida em expressão musical, seja como cantora, compositora, guitarrista, produtora musical ou arte-educadora.

O seu talento conquistou parceiros, intérpretes e fãs muito fiéis. Cazuza, Ney Matogrosso, Édson Cordeiro já emprestaram suas vozes para as composições de Laura. Entre seus parceiros estão Tom Zé, Caio Fernando Abreu, Glauco Mattoso, e a poeta gaúcha Leca Machado.


A trajetória, as trilhas e as crias

Desde que ingressou na cena pop paulistana, na década de 80, Laura manteve-se fiel ao seu espírito criativo, investindo na experimentação. Sua versatilidade e capacidade criativa para transformar e renovar determinaram sua trajetória. Na década de 80, Laura se apresentou em todos os espaços alternativos de São Paulo.

Em 1991, foi selecionada para se apresentar no ?Rock in Rio II?, ganhando projeção nacional. No estádio do Maracanã, Laura abriu os shows de Prince, Santana e Alceu Valença e, de quebra, foi considerada pela imprensa especializada, a revelação nacional do evento.

Seu primeiro disco, ?Laura Finocchiaro? (1992), resulta num trabalho tecno-pop, ao combinar beats eletrônicos e sintetizadores pré-programados, com percussões e instrumentos acústicos, em ritmos afro-brasileiros. Com arranjos dançantes, abusa de escalas orientais e africanas no canto e nas harmonias.

O flerte com a música eletrônica voltada para as pistas se acentua na produção do seu segundo CD ?Ecoglitter? (1998), com a colaboração de DJs e produtores musicais como Mad Zoo, Mau Mau, Franco Jr. e Binho Effe. Misturando instrumentos como cavaquinho, guitarra, pandeiro, surdo e tamborim, trava um animado com grooves, samples e seqüências harmônicas.

Em 2001, Laura surpreendeu novamente, entoando mantras tibetanos escritos há aproximadamente dois mil anos no CD ?Tashi Delê Mantras de Roda?, transcritos pelo Lama Gangchen Rimpoche e musicados por ela.

?Oi?, o seu quarto disco, lançado em 2003 pelo seu próprio selo, Sorte Produções, em parceria com a gravadora Trama, é uma síntese de sua carreira. A imprensa especializada nacional o recebeu com louvor por misturar clássicos com batidas eletrônicas e desta forma revigorar a Música Popular Brasileira. Com uma bagagem musical popular, Laura consegue imprimir sua própria identidade sonora cantando e tocando pop, rock, samba, funk ou bossa nova. Atualmente o CD é distribuído pela Tratore.


O trabalho de Laura Finocchiaro também está presente em coletâneas diversas como ?A Gema do Novo 2?,?Global Pride Club Mix 2001? e ?SP Fahion Week?, lançadas no Brasil; e projetos internacionais como ?Bati Macumba?, pelo selo japonês Bad News, e ?The Power of Life?, do selo Norueguês Kirkeling Kulturverksted, distribuído na Noruega, Tailândia, África do Sul e Brasil.

Paralelamente à carreira artística, Laura Finocchiaro inovou na televisão brasileira ao assinar músicas para o programa infantil TV Colosso, exibido pela TV Globo, nos anos 90. As músicas voltadas para as crianças tinham letras divertidas e inteligentes, e extremamente marcadas por uma arrojada sonoridade, influenciada pela dance eletrônica.

No entanto, o trabalho mais revolucionário de produção musical para a televisão nasceu com o reality show ?Casa dos Artistas?, exibido pelo SBT a partir de 2001. Laura também compôs e produziu a trilha sonora original do DVD da ?Casa dos Artistas 1?, lançado pela Revista Caras, além de ter feito a seleção musical para os dois Cds lançados para marcar o projeto. ?Casa dos Artistas 1?, lançado pela WEA / SBT e o CD ?Casa dos Artistas 2?, lançado pela EMI / SBT. Ainda no SBT assinou a produção musical de outros programas no mesmo estilo, como ?Conquistador do Fim do Mundo?, produzido na Argentina, ?Protagonista de Novela?, e ?Casamento à Moda Antiga?. Fazendo trilhas sonoras diversificadas, independentes e criativas, ela mostrou que para sonorizar um programa popular não é preciso repetir fórmulas, basta ter sensibilidade, coragem e bom gosto.

Laura também se dedica à criação de trilhas sonoras para teatro, cinema, publicidade, video-arte, peças institucionais e desfiles de moda, trabalhos que lhe permitem explorar ao máximo novas sonoridades e modos de produção.

Para a indústria da moda trabalhou com os estilistas Lino Villaventura, G, Reinaldo Lourenço, Sommer, Rosa Chá, Marúzia Fernandes, entre outros. No teatro, compôs trilhas para diversos espetáculos, como ?Sobre o Amor e a Amizade?, dirigido por William Pereira, com Grace Gianoukas e Jairo Mattos; e ?Os Sertões?, dirigida por Zé Celso Martinez Correa. No cinema, fez trilhas para os filmes ?Onda Nova?, de 1983, ?Super Colosso?, de 1995, além da seleção e edição musical do longa ?Contra Todos?, de 2005.

A versatilidade de Laura Finocchiaro se espalha por diversos campos. Carismática, a artista consegue tocar o coração de cada uma das pessoas na platéia, seja ela formada por um público de um milhão de pessoas, quando se apresenta na Parada do Orgulho Gay, em São Paulo, ou por um grupo de crianças do Instituto Oncopediátrico (IOP), formado por pacientes com câncer. Também como arte-educadora ministra oficinas para adolescentes, pessoas com necessidades especiais e terceira idade (Oficinas Estaduais de São Paulo, Sesc Pompéia, Oficinas Culturais Oswald de Andrade, Universidade Livre de Música - ULM). Desde 2004 é uma das 50 conselheiras do DNA Brasil ? um fórum que reúne profissionais renomados de diversas áreas para discutir o Brasil dos próximos anos. Laura foi escolhida para representar a música independente brasileira.
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