Trio Nordestino

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Forró

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Site oficial: www.trionordestino.com.br

Biografia

Forró pé de serra. Essa é a especialidade do Trio Nordestino que, desde 1958, bota os casais do país inteiro pra dançar coladinho. A história do Trio se confunde com a própria história do gênero, que surgiu com o saudoso Luiz Gonzaga e se consolidou com a preciosa ajuda de Coroné, Cobrinha e Lindú. Para comemorar os 45 anos de estrada o Trio lança seu 43º álbum, O Baú Do Trio Nordestino, com 25 dos seus maiores sucessos, produzido por Duani, vocalista do Forróçacana. O disco passeia pela história do Trio e, claro, do forró, com várias participações especialíssimas como a de Alceu Valença, no pot-pourri de xote com Procurando Tu, Petrolina Juazeiro e Neném Mulher, hits históricos do Trio, e Lenine, que mostra todo o seu suingue nordestino na faixa O Chineleiro. Elba Ramalho solta a voz em Bichinho Danadinho, e o Forróçacana dá um show em Maracatu Êta. Mestre Dominguinhos brilha no pot-pourri de xote com as músicas Amor De Doido, João e Maria e Menina Apimentada, e Fagner dá o belo tom romântico de Resto de Amor. O álbum também apresenta sucessos como Forró Pesado (de Assisão e Lindú), e quatro pot-pourris de forró com músicas como Tá Chegando O Roxinho (de Anastácia e Dominguinhos) e Chililique (João Silva e J. B. de Aquino), e Forró No Claro (de Antônio Barros) e Forró Desarmado (de Cecéu e Lindú), entre várias outras, gravadas ao longo da carreira do Trio.
Passaram então a fazer o circuito de casas noturnas de Salvador. Quando estavam trabalhando para a boate Clock, conheceram o recém contratado Gordurinha, músico e compositor que iria abrir as portas do Rio de Janeiro. Com a promessa de gravar um disco, Gordurinha levou-os a Odeon e a RCA, onde não tiveram oportunidade. Numa nova tentativa, desta vez na Copacabana Discos, passaram de primeira no teste dirigido por Nazareno de Brito. Contratados, gravariam dali a dez dias um álbum completo com 12 músicas. Em busca do sucesso, o Trio resolveu tentar uma participação no famoso programa O Trabalhador Se Diverte, da Rádio Mayrink Veiga, comandado por Raimundo Nobre. Ao chegarem no auditório do programa, encontram Luiz Gonzaga e imediatamente lhe pedem para que mostre o caminho das pedras no Rio de Janeiro. Gonzagão se recusa a dar ajuda e continua a ensaiar. Frustrados com o ídolo, apelam para Raimundo que, depois da insistência de Gordurinha, concordou com a apresentação de apenas uma música, Carta a Maceió. Sucesso instantâneo entre o público do auditório, que aplaudia com fervor pedindo bis. A partir daí, tudo mudou. Raimundo pediu a Angela Maria, a atração seguinte, que cedesse para o TrioNordestino cinco dos seus dez minutos de apresentação. Ela, que tinha adorado Carta a Maceió, aceitou o pedido e transformou-se na madrinha do Trio, que pode apresentar mais dois números. Isso garantiu um contrato com a rádio para apresentarem-se em programas ao lado da própria Angela e de artistas como Luiz Gonzaga e Nelson Gonçalves.
Com o sucesso da canção e de Chupando Gelo, presentes no primeiro disco, o Trio passou a gravar um lp por ano, lançando vários sucessos. Famosos, partiram para o Nordeste junto com Luiz Gonzaga por 75 dias, para fazer a propaganda de uma marca de cachaça. Foi nessa ocasião que, jantando no Recife, Gonzagão relembrou o pedido de ajuda feito pelo Trio no auditório da Rádio Mayrink e disse: "Se eu tivesse ajudado, vocês teriam se acomodado e hoje não teriam alcançado a marca de vendas que ultrapassa a minha". Desde então o mestre passou ajudá-los e uma longa amizade foi selada. Depois de 11 obras na Copacabana Discos, migraram para a CBS em 1967. Em 1969, Lindú sofreu um acidente de carro que requeria mais de um ano de tratamento. Mesmo assim, a nova gravadora resolveu dar continuidade ao trabalho, levando o sanfoneiro de ambulância para os estúdios de gravação. Em 1970 saiu o disco, com a música Procurando Tu, de Antônio Barros, que se transformou no maior sucesso do Trio Nordestino, alavancando mais de 1 milhão de cópias vendidas e levando-os das paradas sertanejas para as rádios dos mais diversos segmentos em todo o país. O sucesso nacional levou o Trio a permanecer no primeiro lugar do programa Sílvio Santos, na TV, durante 90 dias e a receber da CBS o troféu Chico Viola pelo segundo lugar na vendagem de discos de 1970. O primeiro lugar foi de ninguém menos que Roberto Carlos.
O sucesso continuou durante toda a década e trouxe Luiz Gonzaga e o forró de volta às principais rádios. Ainda foram responsáveis pelo enriquecimento do ritmo, introduzindo no forró de raiz (zabumba, triângulo, sanfona e voz) uma segunda sanfona e a bateria. Em 1982, já de volta a Copacabana Discos, uma triste insuficiência renal leva Lindú da vida. Decididos a continuar com o forró, em nome de um pacto feito quando tinham acabado de formar o Trio Nordestino, Coroné e Cobrinha encontram em Genaro o substituto para o saudoso cantor, compositor e sanfoneiro. Assim atravessaram a década de 80, até a saída de Genaro, no início dos anos 90, sendo substituído por Beto, afilhado de Lindú. Em 1994 o Trio Nordestino sofreu outra baixa. Dessa vez, um câncer de intestino levou Cobrinha e seu triângulo. Deprimido, Coroné quase abandona a zabumba. Porém, um sonho e a lembrança do pacto feito há mais de 30 anos em nome do forró o manteve na estrada. O substituto de Cobrinha foi encontrado em Luiz Mário, que outrora era adepto do rock, mas que herdou a voz e o talento do pai, Lindú, e se bandeou de vez para o forró. ... Pouco tempo depois, em 2000, confirmando a profecia de Gonzagão quando estava perto da morte, o forró voltou a ser sucesso nacional, alavancado por Gilberto Gil e os hits da trilha sonora do filme Eu, Tu, Eles e com o surgimento de grupos novos como o FalaMansa e o Forróçacana. Isso permitiu que o Trio Nordestino voltasse às paradas com sua nova formação, prestigiada por um público renovado e jovem. Levados pela nova onda, foram quatro vezes à Europa, onde fizeram concorridos shows em Paris, no famoso restaurante Favela Chic, e em Londres, por intermédio do Bar do Luiz, freqüentado pela colônia brasileira. Agora, completando 45 anos de forró na Indie Records, o Trio Nordestino relança seus antigos e recentes sucessos provando que continuará a escrever sua parte na história da música popular brasileira.
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