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Kinks, The

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Biografia

The Kinks foi uma banda de rock britânica formada em Muswell Hill, ao norte de Londres, em 1963, por Ray Davies, Dave Davies e Pete Quaife.

A primeira e mais famosa formação era composta por Ray Davies (guitarra guia, vocalista principal, piano e compositor principal), Dave Davies (composições, guitarrista principal e vocais), Pete Quaife (baixo, backing-vocals) e Mick Avory (bateria).

Os Kinks foram uma das bandas mais influentes da chamada Invasão Britânica, ao lado dos Beatles, Rolling Stones e The Who. Durante sua carreira o grupo se tornou famoso por seus conflitos, tanto públicos quanto privados, particularmente entre os irmãos Ray e Dave, que frequentemente resultavam em agressões.

Depois de uma carreira que atravessou os anos 60, 70 e 80 com algumas mudanças de formação, os Kinks se separaram nos anos 90 (1996), em um momento que o convívio entre os integrantes da banda estava se tornando difícil.

No começo dos anos 2000 houveram alguns rumores de uma suposta reunião, mas incidentes ocorridos com os irmãos Davies em 2004 adiaram quaisquer tentativas de reagrupar a banda. (Ray levou um tiro na perna ao perseguir assaltantes em Nova Orleans, no dia 4 de janeiro e Dave, em 30 de julho, sofreu um derrame cerebral em Londres)

Anos 60:

Os Kinks tiveram como primeiro nome The Ravens, começando sua carreira em 1962 tocando um repertório composto, na maioria, por blues. Lançaram seu primeiro single em fevereiro de 1964, pela Pye Records (sua gravadora até 1971), com uma versão diferente de um sucesso de Little Richard: "Long Tall Sally", no lado A, e uma música própria "I Took My Baby Home" no lado B. Mas este só conseguiria o posto 42º na Melody Maker.

A segunda tentativa de adquirir sucesso mundial foi em Abril do mesmo ano, com o compacto "You Still Want Me / You Do Something To Me", mas desta vez nem sequer figurou nas paradas. A Pye já ameaçava dispensá-los se o terceiro single não fizesse sucesso, e então a pressão aumentou.

Mas a sorte estava do lado dos Kinks. "You Really Got Me" foi lançada na Inglaterra no início de agosto de 1964, e chegou ao primeiro lugar das paradas britânicas na segunda metade de setembro. Uma revolução para a época, onde o que dominava eram as baladas dos Beatles e o rhythm and blues dos Stones. O contraste com o resto foi chave, talvez, para o sucesso.

O processo de composição dela é uma das lendas do rock, mas se sabe que Ray a compôs primeiramente no piano, para depois Dave levar o riff à guitarra. O som cru da música é o efeito de Dave ter furado o seu amplificador com uma agulha, deixando a impressão de ser mais 'pesado'. E realmente era, pois naquele momento havia sido inventada a distroção.

Tradicionalmente, ela é considerada a primeira música punk-rock, que depois viria ser a principal inspiração para o movimento punk que começou por volta de 1976 com os Ramones.

Os Kinks tiveram sua melhor época (comercialmente) de 1964 até 1967, com mais dois hits número 1: "Tired of Waiting for You", em 1965, e Sunny Afternoon, em 1966. Durante 1964 conseguiram também um 2º lugar, com All Day and All of the Night (basicamente uma segunda parte de You Really Got Me, mas com um riff também marcante) em novembro.

Outras músicas que chegaram nas paradas britânicas foram Everybody's Gonna Be Happy (17º), Set Me Free (8º), See My Friends (10º), Till The End Of The Day (6º), Dedicated Follower Of Fashion (2º), Dead End Street (5º), Waterloo Sunset (2º) e Death Of A Clown (3º, de Dave). Há ainda também um hit menor, que não foi lançado na Inglaterra mas é clássico: " A Well Respected Man". Chegou ao 13º na Billboard nos Estados Unidos.

A verdade é que os Kinks mudaram bastante a partir do seu 4º disco, Face to Face, lançado no final de outubro de 1966. O som no geral se tornou uma mistura de music hall e pop, transformando assim a sua música em uma das mais bem trabalhadas na época, ao lado dos Beatles (que já deixavam de se apresentar ao vivo e trabalham 100% no estúdio).

Apesar disso, a gravação de Face to Face ainda não chegava a ser perfeita. Mesmo assim, o alto ponto do disco é obviamente com o hit Nº 1 Sunny Afternoon. Too Much on my Mind se destaca, assim como I'm Not Like Everybody Else (que não está nele, mas foi lançada como single).

Seria em 1967 que os Kinks entrariam no seu ápice de composições. Ray já evoluía a suas letras, afinal em Face to Face as críticas para a sociedade rica estavam frequentes, e se tornaria um dos melhores letristas da época. Em abril seria lançado o single Mister Pleasant, considerada umas das melhores músicas de Ray até então, pela envolvente melodia. Chegaria apenas ao posto 80º na Billboard.

Em maio viria o lançamento de uma das músicas mais belas já feitas, cultuada por vários críticos musicais como a melhor dos anos 60 e tida como a 42º pela Rolling Stone nas 500 melhores músicas da história: Waterloo Sunset. Foi um grande sucesso na Inglaterra, chegando ao 2º lugar durante duas semanas. Era uma prévia do que viria a ser o seguinte disco.

"Something Else By The Kinks" foi lançado em setembro de 1967, ano em que o rock psicodélico começava a se formar e ser o novo estilo a ser seguido: Os Beatles começaram com Sgt. Peppers e logo depois Pink Floyd se adentrou nele. Mas os Kinks não fizeram isso. As 13 músicas deste novo LP não tinham nada a ver com Sgt. Peppers. Ray decidiu ir em contra a essa maré (ou, em outras palavras, ser como ele era) e criar músicas ao seu jeito.

Por essas e outras "Something Else" é o primeiro dos grandes discos dos Kinks. Atingiu o modesto 35º lugar na Inglaterra. Em outubro ainda seria lançado o single que continha "Autumn Almanac", 3º lugar no Reino Unido.

Foi depois de Something Else que os Kinks seriam 'deixados de lado' pela Inglaterra e ter menor sucesso com os novos singles. Mesmo assim, os dois singles seguintes entrariam nas paradas: "Wonderboy", em 28º, e o clássico "Days", em 10º.

Em novembro de 1968 seria lançado o que é, para muitos, o melhor disco dos Kinks: "The Kinks Are The Village Green Preservation Society". Uma obra conceitual em que Ray Davies exalta o conservadorismo tradicional inglês, uma vida sem maiores pretensões que resulta em letras bastante interessantes.

Os assuntos líricos deste espetacular disco vão desde simples fotos, como em "Picture Book" e "People Take Pictures of Each Other", um gato fenomenal ("Phenomenal Cat"), a então vida rural em uma Vila Verde e o posterior abandono dela após conseguir a fama ("Village Green"), uma prostituta ("Monica"), as boas e velhas lembranças de um amigo, em "Do You Remember Walter?" e até uma imagem de um Deus superior, algo descrito como "Big Sky" na música que leva o mesmo nome. E sem contar as outras oito músicas do LP.

Apesar do resultado final do disco ter sido expecional, ele foi fraquísssimo em vendas, e foi o único dos 23 discos dos Kinks que não figurou nas paradas da Inglaterra e Estados Unidos. Ironicamente, ele foi ganhando seu devido reconhecimento ao longo dessas 4 décadas, e hoje é tido como o ponto de referência de melhor obra feita pelos Kinks ou qualquer banda nos anos 60.

Depois de se decepcionar com o recebimento de "The Kinks Are The Village Green Preservation Society" em novembro, o clima na banda não era dos melhores, mas a produção de novas músicas não podia parar - 11 meses depois viria um novo disco, que seria relativamente mais comercial e igualmente genial como o anterior.

Alguns meses antes, porém, haveria uma mudança importante na formação da banda. Um mês depois de lançarem o single "Plastic Man", que chegaria ao 31º lugar no UK Singles Chart, o baixista original Pete Quaife decide deixar a banda definitivamente, e John Dalton, que tinha sido seu substituto por algumas semanas em 1966, tomou o posto oficialmente até 1977.

Os Kinks não podiam parar, e Ray Davies estava em um dos seus ápices em relação às suas músicas. No dia 20 de junho de 1969 saiu o primeiro single contendo uma música do álbum que estava sendo gravado: "Drivin'" no lado A e Mindless Child Of Motherhood (de Dave) no lado B. O single, porém, foi um fracasso.

Em setembro, com o disco já pronto, viria outro single, desta vez um pouco melhor recebido por público e crítica principalmente: "Shangri-la", que é considerada uma das melhores músicas dos Kinks e de Ray Davies. No lado B apareceu novamente uma composição de Dave: "This Man He Weeps Tonight". O single chegou ao #27 lugar na Holanda.

Anos 70

Lola vs. Powerman And The Moneygoround (1970), um álbum conceitual baseado no mercado musical, os levou novamente ao topo das paradas e consolidou sua fama também nos Estados Unidos, onde estavam completamente esquecidos.. Os Kinks aproveitaram o momento realizando grandes concertos e extraindo todas as possibilidades musicais de seus discos conceituais, com a incorporação de instrumentistas em seus shows. Seu próximo disco Muswell Hillbillies (1971), carregava forte influencia do country norte americano. Preservation: a play in two acts (1974), Soap Opera (1975) e Schoolboys in disgrace (1975) não trouxeram nada de novo, mas funcionaram como preparação para os ótimos Sleepwalker (1977) e Misfits (1978), álbuns com melodias marcantes e letras de qualidade, abandonando a necessidade de um fio temático condutor. Nessa época Jim Rodford assumiu o contra-baixo. A imprensa britânica, se viu obrigada a divulgar o sucesso de seus megaconcertos americanos.

Anos 80

Low Budget (1979) e Come Dancing with The Kinks (1983), frequentaram as paradas de sucesso, e sua obra era resgatada por grandes nomes da época como David Bowie, Van Halen ("You really got me") e The Pretenders ("Stop you sobbing"). Ray Davies tem uma filha (Natalie), no seu relacionamento com Chrissie Hinde dos Pretenders, em 1983.State of confusion (1983), Word of mouth (1984), Think visual (1986) e UK Jive (1989) estavam bem acima da média do que era produzido na época, apesar de não superar os trabalhos anteriores do grupo. Bob Henrit substituía Mick Avory, na bateria.

Anos 90

Em 1990 os Kinks foram incluídos no Rock and Roll Hall of Fame, reconhecendo sua contribuição para a música durante quase 40 anos.

Em março de 1993 lançaram Phobia, que resultou em uma razoável turnê nos Estados Unidos e foi o último disco com material 100% inédito dos Kinks. Apesar de ter sido lançado em 1993, todas as músicas foram gravadas entre 1990 e 1991. Mesmo com vendas baixas, entrou na Billboard 200, em 166º.

No ano seguinte sairia "To The Bone", que é um bom disco ao vivo, composto na maioria por hits, e duas músicas inéditas gravadas em estúdio: "Animal" e "To The Bone", que apareceriam só na edição americana de 1996.

E foi finalmente em 1996 que os Kinks se separam oficialmente, realizando seu último show em Oslo, na Noruega, no dia 15 de junho desse mesmo ano, onde tocaram a maioria dos seus hits em um ótimo show. Os comentários do próprio Ray:

"We did three concerts this summer in Europe, big festivals - the last one we played ... was in Oslo in June and the band was fantastic."
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