Adelina Doris Monteiro (Rio de Janeiro, 21 de outubro de 1934 ? Rio de Janeiro, 24 de julho de 2023) foi uma cantora e atriz brasileira. Começou a cantar ainda adolescente, participando, em 1947, do programa "Papel Carbono", de Renato Murce, levado ao ar pela Rádio Nacional. No ano seguinte, foi apresentada a Almirante, diretor da Rádio Tupi, pelo cantor Alcides Gerardi. Submetida a um teste para cantora, foi aprovada e começou a participar dos programas musicais da rádio.
Começou a carreira profissional em 1951, aos dezessete anos de idade, como cantora da Rádio Tupi, tendo trabalhado na emissora durante oito anos. Ainda em 1951, gravou seu primeiro álbum, pela gravadora Todamérica com os sambas "Se Você Se Importasse", de Peter Pan, que ficou em primeiro lugar nas paradas de sucesso durante três meses e "Fecho Meus Olhos? Vejo Você", de José Maria de Abreu. Em 1952, gravou os sambas "Quantas Vezes?", de Peter Pan; "Bate Um Sino Além", de Alberto Ribeiro e José Maria de Abreu e "Sou Tão Feliz", de Roberto Mário e Maurício de Lima e o bolero "Nunca Te Direi", de José Maria de Abreu e Jair Amorim. No mesmo ano, foi eleita "Rainha dos Cadetes". Em 1953, gravou os sambas "Você Não Sabe", de Antônio Almeida e Frazão e "Linguagem dos Olhos", de José Maria de Abreu e Alberto Ribeiro e o beguine "Ruínas", de Haroldo Eiras e Vitor Berbara. Ainda em 1953, foi levada para o cinema. Estrelou "Agulha No Palheiro", de Alex Viany, cantando a música homônima, sendo eleita a melhor atriz do ano por sua atuação no filme. Vieram, em seguida, "Rua Sem Sol", "Tudo É Música", "Carnaval Em Caxias", "De Vento Em Popa", "A Carrocinha", "O Espetáculo Continua" e "Copacabana Palace", uma produção italiana dirigida por J. Teno, com participação de Tom Jobim (como ator), além de João Gilberto e Luiz Bonfá. Em 1954, gravou os sambas "Basta Dizer Adeus", de Hilton Simões, Luiz Lemos e Humberto Pinheiro e "Desejo", de Wilson Batista e Jorge de Castro. No ano seguinte, transferiu-se para a gravadora Continental e estreou com os sambas "Por Que Razão", de José Maria de Abreu e Luiz Peixoto e "Quando Tu Passas Por Mim", de Antônio Maria e Vinícius de Moraes. No mesmo ano, gravou os sambas canção "Se é Por Falta de Adeus", de Tom Jobim e Dolores Duran e "Dó-Ré-Mi", de Fernando César, que fez bastante sucesso, com arranjos de Antônio Carlos Jobim. Ainda em 1955, fez uma temporada no Cassino de Punta del Este no Uruguai. Em 1956, gravou o samba-canção "Engano", de Luiz Bonfá e Tom Jobim e a toada "Gosto da Vida", de Hianto de Almeida e Francisco Anísio. No mesmo ano, lançou o LP "Confidências de Doris Monteiro com música de Fernando César" no qual interpretou músicas do compositor, entre as quais, "Vento Soprando"; "Graças a Deus", um de seus grandes sucessos; "O Amor é Isso" e "Cigarro Sem Baton".
Em 1957, ingressou na gravadora Columbia e lançou o LP "Doris Monteiro", que tinha na contra capa texto do compositor Fernando César. Este LP tinha entre outras, "Faça de Conta", de Fernando César; "MocinhoBonito", de Billy Blanco, outro de seus sucessos; "Meu Tempo", de Edson Borges e "Marcada", de Maysa. No mesmo ano, fez apresentações com Dorival Caymmi, em Lisboa e Coimbra em Portugal. Em 1958, gravou a toada "Real Conclusão", de Edgardo Luiz e Amado Régis, o bolero "Faça de Conta", de Fernando César e o samba canção "Eu Não Existo Sem Você", de Tom Jobim e Vinícius de Moraes. No ano seguinte, gravou os sambas "Argumentação", de Afonso Chiodi, Lomonaco e Nanai e "Uma Só Vez", de Caco Velho. Em 1960, lançou mais um LP pela Continental, "VentoSoprando", que trazia antigas gravações e ainda "Joga a Rede no Mar", de Fernando César e Nazareno de Brito, um de seus maiores sucessos e "Sempre Teu" e "Paraíso Perdido", da dupla Fernando César e Britinho.
Em 1961, foi para a gravadora Philips e lançou os sambas "Palhaçada", que fez bastante sucesso e "Fiz o Bobão", de Haroldo Barbosa e Luiz Reis, "Sei Lá", de James Levi e "Coração Só Faz Bater", de João Melo. Em 1963 lançou pela Philips o LP "Gostoso é Sambar", com destaque para as músicas "Nós e o Mar", "Você e Eu", "Parti" e "Olhou pra Mim", com arranjos de Walter Wanderley e Ed Lincoln. No ano seguinte, lançou o LP "Doris Monteiro", com arranjos do maestro Lindolpho Gaya, lançando a música "Diz Que Fui Por Aí" que seria depois consagrada na voz de Nara Leão. Em 1966, gravou o LP "Simplesmente", com o qual estreou na gravadora Odeon, com arranjos de Meirelles e Lyrio Panicali, com destaque para "Muito à Vontade", de João Donato e João Mello, "Meu Refrão", de Chico Buarque e "Sem Mais Adeus", de Francis Hime.
Em 1969, lançou o LP "Mudando de Conversa", pela Odeon, com destaque para a música título, de Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho, um de seus grandes sucessos, "Vou Te Contar", de Tom Jobim, "Canção da Volta", de Ismael Netto e Antônio Maria e "Chamego", de Jair Amorim e Evaldo Gouveia. No ano seguinte, gravou com o cantor Miltinho o LP "Doris, Miltinho e Charme", que apresentou diversos pot-pourris. Ainda em 1970, lançou LP solo onde se destacaram as músicas "A Feira", de Nonato Buzar, "Garota do Pasquim", de Carlos Imperial, "Brasil, Brasa, Braseiro", de Antonio Adolfo, "Glória, Glorinha", de Erasmo Carlos e "Vou Deitar e Rolar", de Baden Powell. No ano seguinte, gravou outro LP com Miltinho, com destaque para "A Pedida é Samba", de Julinho de Castro, "Fim de Caso", de Dolores Duran, "Quero-Te Assim", de Tito Madi e "Nunca", de Lupicínio Rodrigues. Ainda em 1971, lançou LP solo no qual cantou "Coco Verde", de Sérgio Sampaio, "É Isso Aí", de Sidney Miller, "Mas Que Doidice", de Antônio Carlos e Jocafi, "Vamos Partir Pro Mundo", de Tibério Gaspar e Antônio Adolfo e "Mais Um Adeus", de Toquinho e Vinícius de Moraes. Em 1972, gravou o terceiro LP com Miltinho, com destaque para "Diz Que Sim", de Luiz Antônio, "Doce Lembrança", de Waldemar Gomes, "O Amor e a Rosa", de Pernambuco e "Deixa", de Vinícius de Moraes e Baden Powell. No mesmo ano, gravou sozinha "Dose Pra Leão", de César Costa Filho e Walter Queiroz, "Essa Menina", de Sidney Miller, ""Moço", de Roberto Carlos e Erasmo Carlos e "Regra Três", de Toquinho e Vinícius de Moraes. Em 1973, lançou LP solo pela Odeon no qual interpretou "Eu Só Quero Um Xodó", de Dominguinhos e Anastácia, "Jogo Duro", de Tom e Dito, "Viagem", de Paulo César Pinheiro e João de Aquino e "Água na Fonte", de Nenéo. No mesmo ano, gravou o quarto LP da série com Miltinho no qual a dupla interpretou "Quando Eu Vim de Minas", de Xangô da Mangueira, "Se Deus Quiser", de Jair Rodrigues e Wando, "Minhas Razões", de Antônio Carlos e Jocafi e "Lendas do Abaeté", de Jajá, Manoel e Preto Rico.
Em 1974, participou da série radiofônica, em cadeia nacional de emissoras, "MPB 100 Ao Vivo", de que resultaram oito LPs nos quais ela interpretou Billy Blanco e os compositores da bossa ao lado de Lúcio Alves e Alaíde Costa, com roteiro, direção e apresentação de R. C. Albin. No mesmo ano, lançou LP no qual interpretou clássicos como "Nem Eu", de Dorival Caymmi, "Fiz a Cama na Varanda", de Dilú Melo e Ovídio Chaves, "Vingança", de Lupicínio Rodrigues e "Dor de Recordar", de Olegário Mariano e Joubert de Carvalho. Em 1976, lançou o LP "Agora Doris Monteiro" no qual gravou "Flauta de Lata", de Cacaso e Sueli Costa, "Lugar Comum", de Gilberto Gil e João Donato, "Dia de Feira", de João de Aquino e Jesus Rocha; "Eu Hein, Rosa!", de Paulo César Pinheiro e João Nogueira e "Tema de Doris", de Ricardo. Em 1978, gravou um LP com Lúcio Alves a partir de repertório de apresentações no Projeto Pixinguinha, com destaque para "Mudando de Conversa", de Maurício Tapajós e Hermínio Bello de Carvalho , "Pra Dizer Adus", de Edu Lobo e Torquato Neto; "Sábado em Copacabana", de Dorival Caymmi e "De Conversa em Conversa", de Lúcio Alves e Haroldo Barbosa.
Em sua carreira, destacam-se as gravações de "Joga a Rede no Mar" e "Dó-Ré-Mi", de Fernando César e Nazareno de Brito, "O Que Eu Gosto em Você", de Sílvio César, "Olhou Pra Mim", de Ed Lincoln e Sílvio César, "Apelo", de Baden Powell e Vinicius de Moraes, e "Coqueiro Verde", de Roberto e Erasmo Carlos, entre outras. Foi uma das cantoras de maior prestígio dentro da TV Tupi, onde chegou a ter programa com seu próprio nome e onde chegou a ser bastante admirada pelo dono da emissora, Assis Chateaubriand. Em 1986, participou do disco "Essas Mulheres: Doris, Elizeth, Helena e Ângela Maria", lançado pela Continental. Em 1990, esteve no Japão, a convite de Lisa Ono, e se apresentou em teatros de Osaka, Nagoya e Tóquio. Nessa ocasião, gravou a música "Praia Nova", de Lisa Ono e Paulo César Pinheiro no disco "Bossa Nova Underground". No ano seguinte, participou, ao lado de Emilinha Borba, Ivon Curi e Zezé Gonzaga, de espetáculo comemorativo dos 70 anos do rádio no Brasil, escrito e dirigido por Ricardo Cravo Albin e encenado no Teatro do BNDES, com grande sucesso, interpretando o início de sua carreira, famosa na época por usar uma única trança no cabelo, quando estava sempre acompanhada por sua mãe, que não a deixava sozinha um momento sequer. Em 1992, gravou pela Sony Music o CD "Samba Canção", da série Academia Brasileira de Música, com destaque para "Chove Lá Fora", de Tito Madi, "Ronda", de Paulo Vanzolini, "Jura Secreta", de Sueli Costa e Abel Silva, "Manhã de Carnaval", de Antônio Maria e Luiz Bonfá, e "Pra Você", de Sílvio César.
Em 2002, fez show na Sala Baden Powell, em Copacabana dentro da série "Na Hora do Chá", da RioArte. Em 2003, apresentou-se com Miltinho em show no Centro Cultural Banco do Brasil cantando antigos sucessos dos anos 1950 como "Palhaçada", de Luiz Reis e Haroldo Barbosa. Em 2004, em comemoração aos seus 70 anos, foi presenteada pelas gravadoras Universal e EMI/Odeon com o relançamento em CD de doze de seus melhores discos. Na ocasião, realizou dois shows de lançamento no Bar do Tom, em Ipanema.
No dia 24 de julho de 2023, Doris morreu aos 88 anos em sua residência no Rio de Janeiro. De acordo com a família, ela faleceu de causas naturais. Read more on Last.fm. User-contributed text is available under the Creative Commons By-SA License; additional terms may apply.
