Padre Fábio de Melo

Mágoa de Boiadeiro

Padre Fábio de Melo

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Tom: C

      C7           Bb         F
Antigamente nem em sonho existia
       Bb              C
Tantas pontes sobre os rios
      C7          F
Nem asfalto nas estradas

A gente usava quatro ou cinco sinueiros
Pra trazer o pantaneiro
No rodeio da boiada
            Bb                   Am
Mas hoje em dia tudo é muito diferente
                    Gm
Com progresso nossa gente
      C7             F
Nem sequer faz uma idéia
F7        Bb           C/Bb      F/A
Que entre outros fui peão de boiadeiro
      Bb      G7/B  C7
Por esse chão brasileiro
                F
Os heróis da epopéia

Tenho saudade de rever nas currutelas
As mocinhas nas janelas acenando uma flor
Por tudo isso eu lamento e confesso que
A marcha do progresso é a minha grande dor
Cada jamanta que eu vejo carregada
Transportando uma boiada
Me aperta o coração
E quando olho minha tralha pendurada
De tristeza dou risada
Pra não chorar de paixão

O meu cavalo relinchando pasto a fora
Que por certo também chora
Na mais triste solidão
Meu par de esporas
Meu chapéu de aba larga
Uma bruaca de carga
O meu lenço e o facão
O velho basto, o meu laço de  mateiro
O polaco e o cargueiro
O meu lenço e o gibão
Ainda resta a guaiaca sem dinheiro
Deste pobre boiadeiro
Que perdeu a profissão

Não sou poeta, sou apenas um caipira
E o tema que me inspira é a fibra de peão
Quase chorando encolhido nesta mágoa
Rabisquei estas palavras e saiu esta canção
Canção que fala da saudade das pousadas
Que já fiz com a peonada
Junto ao fogo de um galpão
Saudade louca de ouvir um som manhoso
De um berrante preguiçoso
Nos confins do meu sertão
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