Clube Do Balanço

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Site oficial: www.clubedobalanco.com.br

Biografia

"O primeiro disco foi muito generoso. Mais do que um disco da nossa banda, era um disco que reapresentava o samba-rock para uma nova comunidade. Por isso a preocupação em ter tanto convidado e muita gente participando", explica Mattoli. Edu completa que o CD foi uma homenagem do Clube do Balanço ao movimento. "Por isso convidamos vários amigos, pra dar mais força a essa homenagem e pra essa retomada do movimento. A gente cedeu pra somar."
Swing e Samba-Rock foi resultado de uma temporada de shows no Grazie a Dio!, em São Paulo, que culminou no convite para gravar. Agora, depois de muitas apresentações em outras cidades, temporadas no BlenBlen e em outras casas, chegou a hora de documentar uma nova época.

"Estamos no momento certo. Fazer um disco é ter um trabalho, amadurecer este trabalho e, quando ele chegar no ápice da sua qualidade, gravar. Estamos gravando músicas que gostamos muito, achamos pegadas que há tempos procurávamos", conta Gringo. Ele afirma que o entrosamento também é palavra-chave neste disco. "Somos um grupo de pessoas que, definitivamente, se encontrou na hora de tocar. Podemos ter times de futebol diferentes, religiões diferentes, pensamentos diferentes, tudo diferente. Mas na hora de tocar, o entrosamento é total. É outro papo."
Para Reginaldo 16, a banda está em seu melhor momento. "Evoluímos, nos aprimoramos técnica, individual e conjuntamente. Sabendo melhor o estilo de tocar de cada um, rola uma harmonia. É um disco melhor produzido, melhor trabalhado, com mais calma e mostrando essencialmente cada um da banda. É uma auto-afirmação do que temos feito." O novo CD tem maior participação de Reginaldo, Tereza Gama e Augustinho Bocão nos vocais, e demonstra a preocupação do grupo em mostrar seu trabalho como banda, trazendo arranjos que podem ser feitos totalmente ao vivo. "Todas as músicas com metais tem trombone e trompete", explica Mattoli. Apenas uma realmente tem grande metaleira, com arranjo do famoso trombonista Bocato.

"No outro disco tivemos participação de muitos instrumentistas, vários percussionistas, dois bateristas. Neste não", diz o vocalista. "Resolvemos fazer um provão com a gente mesmo. Ver se estamos realmente aptos à música ou não, se todos temos potencial", resume Bocão. Parece que a dúvida foi respondida. O novo disco traz 14 músicas, algumas delas já conhecidas do público que freqüenta os shows. "Algumas a gente sacou que pegavam bem, como Big Mondays e tema de cathy. E acho que uma das músicas mais legais é Batepatu, do Baiano e Novos Caetanos, que todo mundo que tem mais de 25 anos deve lembrar. Depois, descobrimos que essa música era do Orlandivo também. Achamos o maior barato, porque no primeiro disco tivemos Palladium, e agora vamos ter esta outra autoria do Orlandivo", conta Mattoli, autor de 5 músicas no novo trabalho. Mesmo com este aspecto mais autoral, o grande conhecimento dos integrantes do Clube com relação ao ritmo, somado a composições de importantes nomes do movimento (como Erasmo Carlos, que mandou uma musica inédita especialmente para este novo disco), mantém uma das características mais marcantes da banda, e um dos motivos pelos quais se tornaram referência quando o assunto é samba-rock: o som tradicional.

"Mas o fato da banda soar mais antiga não é uma coisa pensada, proposital. Soou assim, talvez pela experiência dos músicos mesmo. Se acabou ficando mais raiz é porque todo mundo ouvia e ficou assim naturalmente", explica Edu. A aura de "big-band", que remete aos grandes bailes, também deve ter alguma responsabilidade nesta história. E gravar com tanta gente assim não é muito fácil. Mattoli explica que as músicas são super-detalhadas, têm naipes de percussão e metais muito pesquisados. "É um CD realmente trabalhoso", afirma. Mas como está sendo feito totalmente de acordo com o que os músicos pretendiam, tudo se torna mais divertido. "Não temos dependência de gravadora. Fazer desta forma torna o trabalho muito mais fiel ao que queremos produzir, ao que gostamos e à maneira como achamos que deve ser. É um produto que traz a verdade de cada um de nós", diz Reginaldo. Para Gringo, isso traz o reconhecimento das pessoas. "Nós estamos fazendo o nosso caminho, e ninguém além do público vai investir nisso." Daí o fato desse público estar crescendo e se renovando a cada apresentação. Quem não conhece o som, procura saber mais, e quem já conhecia, mas achava que esse era um tipo de música que não se fazia mais, tem uma boa surpresa ao ouvir a banda. "Ver as tiazinhas e as avós curtindo nosso som é muito bom!", diz Bocão.

Além disso, o Clube do Balanço abriu as portas para novas bandas. "Hoje, existem várias bandas de molecada fazendo samba-rock, o que é muito interessante. E não é só em São Paulo. Nesta semana mesmo eu soube de mais duas. Maravilha!", comemora Mattoli. Para Edu, o avanço é grande e não acontece por acaso. "Antes a gente dizia que tocava samba-rock e o povo falava 'samba o quê?'. Acho que este aumento de público e da nossa influência é resultado dos nossos objetivos. O objetivo do Clube é fazer dançar, e não deixar o povo olhando pra gente. Isso acaba sendo um ponto positivo. Ao vivo, a gente prefere 100 pessoas dançando do que 1.000 olhando pra nossa cara." "E o homem que sabe dançar, fatura, né?", lembra Mattoli. "É uma maravilha! Na virada, já joga aquela conversa... Já era!", Bocão completa, com todo o bom-humor característico da diretoria e dos sócios deste Clube.

Por Monica Herculano
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